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Confira tendências da Intralogística apresentadas durante a Intermodal Xperience


Publicado em: 7 de outubro de 2020

O tema  Intralogística liderou as apresentações do Intermodal Xperience 2020, evento 100% online que acontece no início de outubro. A cadeia logística do frio foi o tema de um encontro que recebeu o presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Moreira; o CEO da Friozem, Fábio Fonseca e o diretor de operações da Martin Brower, Fábio Miranda.

Para Fonseca, da Friozem, referência em armazenagem, transporte e distribuição de produtos sob temperatura controlada, o país ainda apresenta um nível alto de ociosidade nos armazéns dedicados à cadeia do frio, com taxas de ocupação girando atualmente em torno de 60%. “A pandemia da Covid-19 influenciou este número em razão da desvalorização do dólar e a diminuição dos estoques internos, uma vez que o foco maior ficou na exportação. O fechamento dos food services também contribuiu”, disse. Porém, o executivo acredita que no médio e longo prazo a perspectiva é que essa ociosidade seja normalizada.

Sobre o cenário de crise gerado pela pandemia, Miranda, da Martin Brower, empresa de distribuição e gestão do supply chain para redes de restaurantes, disse que a alternativa pelo delivery dos restaurantes que foram fechados de forma abrupta não foram suficiente para suprir o vácuo deixado. “O que nos permitiu passar pelo pior da crise foi a flexibilidade que negociamos com clientes e parceiros”, afirmou. Para ele, a retomada para 2021 ainda está suscetível a vacina da Covid-19.

Um ponto comum que foi abordado no debate virtual foi a necessidade de uma regulação padronizada das operações do segmento. “Não há uma legislação específica do SIF​ (Serviço de Inspeção Federal), por exemplo, para armazéns frigoríficos”, pontua Fonseca. Já o diretor de operações da Martin Brower citou a necessidade de uma legislação específica para operadores logísticos.

Neste sentido, o presidente da Abralog disse que a entidade criou um novo núcleo de discussão, o Comitê da Cadeia do Frio, que busca justamente tratar essas vertentes da regulação necessária e também os processos e tecnologias do segmento.

Compartilhamento de Cargas é a tendência que deve crescer

Em outro momento do primeiro dia do Intermodal Xperience, a discussão voltou-se para a otimização de recursos para evitar que caminhões transitem com baixa ocupação de cargas, já que a iniciativa de compartilhamento de entregas entre diferentes empresas têm ganhado força. Do estado do Ceará, o diretor de operações do Grupo EBD – distribuidor de alimentos, bebidas e produtos de higiene pessoal -, Adriano Maeda, apresentou os resultados do projeto “Central de Compartilhamento de Cargas (CCC)”, realizado em parceria com a operadora logística Link Logistics.

Na prática, Maeda explica que o projeto CCC funciona da seguinte forma: os pedidos (notas digitais eletrônicas) das empresas distribuidoras que fazem parte do projeto CCC são enviados para um software de gestão de transporte de cargas e a Link Logistics faz todo o fluxo de coleta das mercadorias em cada empresa, consolidação e a entrega da carga.

“Conseguimos quebrar um paradigma ao criar um ambiente de colaboração entre empresas distribuidoras concorrentes. O que resultou na redução de custos logísticos ao realizar entregas em menos tempo e com mais frequência nos clientes”, afirma Maeda, que acrescenta ainda: “e por fim, o que consolida todo o projeto CCC é o aumento no faturamento local em 15%”.

Depois de três anos de execução, o diretor de operações do Grupo EBD explica que os próximos passos para o projeto CCC são focados em duas frentes: a experiência do cliente (customer experience) e as inovações tecnológicas da logística 4.0. “No sentido de melhorar o nível de serviço para o cliente a ideia é passar a entregar 100% dos pedidos no estado do Ceará em até 24 horas, e em clientes-chave em até oito horas, e ter uma disponibilidade de estoque com zero ruptura. Também estamos analisando formas alternativas de entrega com pontos de coleta e outros meios de transporte como motocicletas, bicicletas e – futuramente – drones”, revela Maeda.

Eficiência Energética

Ainda pensando na otimização do gerenciamento da cadeia de suprimentos, as questões ligadas à eficiência energética em indústrias, centros de distribuição e galpões podem impactar significativamente a receita das empresas ligadas à operação logística. Um estudo da gestora de energia Comerc Esco apontou que a indústria tem potencial de economizar cerca de R$ 4 bilhões por ano em energia elétrica apenas com a adoção de soluções de eficiência energética.

O executivo Luis Guilherme Pires, diretor Comercial do Grupo Luminae Energia, que é referência em eficiência energética na América Latina, explicou que os três pilares de eficiência energética são baseados: na redução da potência, com a substituição por iluminação LED que pode gerar até 80% de economia; fontes alternativas de geração; e por último a gestão da energia.

Pires ilustrou a apresentação com um exemplo do Grupo. “Contamos com soluções que utilizam o LED mais eficiente do mundo, o que garante uma alta performance em iluminação. E também o monitoramento em tempo real do consumo de energia com gráficos e relatórios que possibilitam a gestão total da energia, além de alertas de anomalias que evitam o desperdício”, afirmou.

Análises Tributárias x Logística

A relação entre logística e o sistema tributário nacional também foi um dos destaques do primeiro dia de Intermodal Xperience. Quem abordou o assunto foi o sócio da Dessimoni & Blanco Advogados e vice-presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Alessandro Dessimoni.

Segundo ele, este é um tema sempre atual e relevante, já que o sistema tributário brasileiro é bastante complexo. “Se fizermos um breve retrocesso e avaliarmos cerca de vinte anos atrás, veremos que o Brasil tinha uma carga tributária por volta de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e hoje essa mesma carga tributária gira em torno de 35% do PIB. Isso tem uma explicação ligada à legislação fiscal: são todas as alterações e reformas que foram acontecendo, principalmente em nível federal, ao longo dos últimos anos. Com isso, hoje vivemos uma realidade que apresenta um número enorme de tributos: são mais de 80 no Brasil. Somente o ICMS tem mais de 45 alíquotas. E tudo isso impacta diretamente as estruturas das empresas, principalmente as que operam em mais de um estado do País”, afirmou


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